Mauro Boiteux

Sobre Mim

Mauro Boiteux nasceu e vive no Rio de Janeiro. Cursou Publicidade na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e a partir de 2009 passou a desenvolver seus estudos no Ateliê da Imagem com o fotógrafo Walter Firmo. Mais tarde no Parque Lage, cursou Desenvolvimento de Projetos com Franz Manata e Denise Cathilina e também Processo Criativo com Charles Watson.

Workshops com Isabel Amado, Claudio Edinger e Pedro Davi. Leituras de Portfólio com Isabel Amado e Rosely Nakagawa.

Em 2013 foi convidado pela publicação francesa Photo Magazine para participar do lançamento da galeria virtual Le Shop Photo com 06 fotografias.

Atraído pelo inanimado, Mauro Boiteux captura suas imagens sem interferir nos objetos, que para ele são intocáveis, criando uma releitura abstrata do cotidiano.

O apanhador no campo de centeio

Mauro Boiteux por Walter Firmo

Escolhi esse nome famoso pinçado de uma obra da literatura norte-americana permitindo uma ideia mais precisa de uma fantasia fotográfica exercida por um homem simples, ainda jovem, de boa aparência como se diz por aí, e que jamais leu J.D.Salinger, autor desse seu mais famoso romance, escrito nos anos 50 no auge dos hippies, que configurava a história de um adolescente daquela época cheio de dúvidas e fantasias.

Aliei a palavra apanhador à colheita, não do cereal, mas, das flores no chão. O campo de centeio ficou pelo residual que alimenta seu olhar pesquisador, pousando qual um caçador de asas nas bases não imaginadas vista por um simples mortal. Seu roteiro é ao “deus-dará”, totalmente incerto, correndo por fora e sem pressa, predador felino na espreita pronto para o bote, observando tudo bem devagarinho como se fosse um mineiro, astuto mas sempre desconfiado, jamais atravessa uma rua sem saída sem olhar para os dois lados. Pára, volta, observa, se agacha ou deita no chão saboreando de perto nova angulação, seja o céu, o chão, o tronco da árvore e suas viçosas folhagens.Nada passa desapercebido. Nada de produzir ou tocar nas coisas e objetos e pronto. É só escolher o recorte, tudo no silencio da naturalidade.
Até no respiro de um lixo qualquer. Contempla o fugaz, o banal e o passageiro.

O que pressinto na arte de Mauro é sua insistência obreira esgueirando-se em ramas, praias bravas, amanhaceres, pores de sol, noturnos, madrugais, enfim, certa manifestação inquieta digna da insatisfação do indivíduo a encontrar-se consigo mesmo. E, é aí que reside o fascínio de suas descobertas debaixo desse cenário orbital em que a terra se move. Fico com sensação de um eterno apanhador com a tarefa bíblica de colher substancias para alimentar nosso vício que é vermos comovido sua ação artística reparando a terceira margem de um rio caudaloso, deslizante e envolvente.

Mauro, meu ex-aluno, aprenda mais uma coisa: não existe nada mais forte que a correnteza irrefreável da pujança do seu trabalho, ele que irá nortear ao povo seu juiz, o real valor de sua pesquisa fotográfica.

Palavras são palavras, o resto pode se perder no vento. Menos o seu trabalho.

Walter Firmo

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