Mauro Boiteux

Sobre Mim

Nasci e cresci no Rio de Janeiro.

A fotografia apareceu na minha vida ainda cedo, no começo da adolescência, junto com o lançamento da revista Photo francesa que foi minha fonte de inspiração com seus grandes fotógrafos e belas imagens de coloridos e contrastes fortes referências que me acompanham até hoje.

Conheci o fotógrafo Walter Firmo, um mestre do fotojornalismo e uma grande figura humana. Um grande incentivador que me ajudou a trilhar meu próprio caminho quando me via nas saídas fotográficas buscando detalhes e temas abstratos tão diferentes dos dele.

Cursei Publicidade na PUC-Rio e aprofundei meu olhar sobre a arte na EAV Escola de Artes Visuais no Parque Lage nos cursos de Processo Criativo com Charles Watson e Desenvolvimento de Projetos com Franz Manata.

Em 2015 de novo a revista Photo magazine aparece na minha vida e me trás belíssimas surpresas, após participar Do Le Plus Grand Concours Photo du Monde sou convidado por eles para integrar a Le-Shop Photo, galeria virtual que seria lançada por eles com seis imagens.

Por indicação da revista três dessas imagens são escolhidas pela KPMG France para serem usadas na decoração de salas de reunião da sede na Tour Eqho em La Defense. Assim minha primeira venda foi internacional,

como os concursos que me renderam um primeiro lugar, um segundo lugar e o titulo de terceiro melhor Fotógrafo do Ano na minha categoria.

 

O apanhador no campo de centeio

Mauro Boiteux por Walter Firmo

Escolhi esse nome famoso pinçado de uma obra da literatura norte-americana permitindo uma ideia mais precisa de uma fantasia fotográfica exercida por um homem simples, ainda jovem, de boa aparência como se diz por aí, e que jamais leu J.D.Salinger, autor desse seu mais famoso romance, escrito nos anos 50 no auge dos hippies, que configurava a história de um adolescente daquela época cheio de dúvidas e fantasias.

Aliei a palavra apanhador à colheita, não do cereal, mas, das flores no chão. O campo de centeio ficou pelo residual que alimenta seu olhar pesquisador, pousando qual um caçador de asas nas bases não imaginadas vista por um simples mortal. Seu roteiro é ao “deus-dará”, totalmente incerto, correndo por fora e sem pressa, predador felino na espreita pronto para o bote, observando tudo bem devagarinho como se fosse um mineiro, astuto mas sempre desconfiado, jamais atravessa uma rua sem saída sem olhar para os dois lados. Pára, volta, observa, se agacha ou deita no chão saboreando de perto nova angulação, seja o céu, o chão, o tronco da árvore e suas viçosas folhagens.Nada passa desapercebido. Nada de produzir ou tocar nas coisas e objetos e pronto. É só escolher o recorte, tudo no silencio da naturalidade.
Até no respiro de um lixo qualquer. Contempla o fugaz, o banal e o passageiro.

O que pressinto na arte de Mauro é sua insistência obreira esgueirando-se em ramas, praias bravas, amanhaceres, pores de sol, noturnos, madrugais, enfim, certa manifestação inquieta digna da insatisfação do indivíduo a encontrar-se consigo mesmo. E, é aí que reside o fascínio de suas descobertas debaixo desse cenário orbital em que a terra se move. Fico com sensação de um eterno apanhador com a tarefa bíblica de colher substancias para alimentar nosso vício que é vermos comovido sua ação artística reparando a terceira margem de um rio caudaloso, deslizante e envolvente.

Mauro, meu ex-aluno, aprenda mais uma coisa: não existe nada mais forte que a correnteza irrefreável da pujança do seu trabalho, ele que irá nortear ao povo seu juiz, o real valor de sua pesquisa fotográfica.

Palavras são palavras, o resto pode se perder no vento. Menos o seu trabalho.

Walter Firmo

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